High-Volume Injection, PRP ou Sham Treatment in Chronic Midportion Achilles Tendinopathy


A tendinopatia do tendão de Aquiles (TA) representa entre 6 a 18% de todas as lesões que afetam os corredores, havendo uma maior prevalência em homens de meia idade. 


A porção média do TA, localizada a cerca de 5/6cm da base do calcâneo, é a zona maioritariamente afetada. Na tendinopatia do TA, podemos encontrar uma degeneração do tendão, presença de ruturas tendinosas, bem como, a presença de neoneurovascularizações.


Quando existe uma neoneurovascularização no TA, na avaliação por imagem, podemos identificar a presença de Power Doppler positivo, ou seja, um sinal Doppler ativo no lado ventral do TA. A neoneurovascularização pode ser definida como uma proliferação da rede nervosa e sanguínea (gordura de Kager’s), para o interior do tendão. Apesar de não existir uma associação absoluta entre dor e a neoneurovascularização intratendinosa, a evidência científica indica um nível de dor mais elevado em tendões hipervascularizados em comparação com tendões hipovascularizados.


A literatura indica que os exercícios excêntricos são o método mais utilizado para a prevenção e tratamento de tendinopatias do TA crónicas, existindo outras abordagens terapêuticas como a terapia com gelo, terapia manual, modificação de cargas, anti-inflamatórios não esteroides e analgésicos.



O Plasma rico em plaquetas (PRP) é habitualmente usado na prática clínica para o tratamento de tendinopatias crónicas. Esta técnica envolve a utilização de uma variedade de fatores de crescimento que são injetados no local lesado, promovendo o processo de recuperação, diminuindo a dor e aumentando a funcionalidade. O PRP é autólogo e preparado no momento do tratamento, sendo uma técnica extremamente segura para os pacientes.


Por outro lado, o High-Volume Injection (HVI) envolve a infiltração de uma grande quantidade de soro fisiológico entre a interface profunda do TA e a gordura de Kager´s. Esta técnica promove a separação e destruição da neoneurovascularização na adesão entre o tendão e o tecido peritendinoso, levando à diminuição da dor e da sensibilização local. 


Segundo Boesen e seus colaboradores, o tratamento de tendinopatias crónicas do TA com um programa de exercícios excêntricos combinado com PRP ou HVI apresenta ser mais eficaz na redução da dor, na redução da espessura do tendão e na vascularização intratendinosa comparativamente a um programa de exercícios excêntricos isolado. O HVI parece ser uma alternativa mais eficaz no tratamento a curto prazo, enquanto que o PRP apresenta ser uma alternativa mais vantajosa a médio/longo prazo.