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Tendinite, tendinose e tendinopatia... sabe a diferença?

Certamente já ouviu falar de tendinites, tendinoses e tendinopatias e, provavelmente, até já fez uma ecografia cujo relatório apresentava algum destes termos. Se calhar até fez uma ecografia, há alguns anos atrás, por apresentar uma dor no ombro, onde foi relatada a presença de tendinite do supra-espinhoso e, actualmente, por apresentar novamente dor realizou nova ecografia e foi descrita a presença de tendinose do supra-espinhoso.

É perfeitamente normal existirem dúvidas sobre estes termos, bem como, haver o receio que a tendinite do supra-espinhoso tenha evoluído para uma tendinose do supra-espinhoso... será que a situação é mais grave do que anteriormente?

Em primeiro lugar, os problemas que ocorrem nos tendões são situações complexas. Por essa razão, tem havido muita investigação, ao longo dos últimos anos, de forma a procurar compreender melhor o que se passa no tendão que apresenta dor.

Até meados dos anos 90, de acordo com as investigações existentes, acreditava-se que os problemas nos tendões eram de natureza inflamatória. Por esta razão, era utilizado o termo "tendinite", pois o sufixo -ite significa a existência de um processo inflamatório.

A partir dos anos 90, houve uma mudança de paradigma (tendo em conta os novos estudos que foram sendo realizados para os problemas no tendão), começou a ser verificado que a causa não seria tanto um processo inflamatório (tendinite), como se pensava, mas sim um processo degenerativo. Havia uma degeneração no tendão que pode ser descrita como a acumulação de pequenos danos nas fibras do tendão, resultado do processo de envelhecimento normal do tendão (e outros tecidos do nosso corpo), mas também influenciada por sobrecargas aplicadas (movimentos repetitivos, má gestão de cargas no tendão, inadequados períodos de repouso, entre outras). Em alguns tendões, pode haver uma acumulação de danos que poderão evoluir, por exemplo para rupturas parciais ou mesmo rupturas totais (isto acontece pois o tendão tem uma capacidade de reparação/regeneração baixa). Este processo de degeneração das fibras do tendão é designado por "tendinose". Assim, a partir dos anos 90, o termo "tendinose" começou a ser cada vez mais utilizado pelos clínicos, sendo lentamente abandonado o termo  "tendinite".

Poderá estar a pensar... então e actualmente? 

Hoje em dia, sabemos que os problemas no tendão são uma mistura destes dois processos. Normalmente, existe no tendão um processo de degeneração das suas fibras acompanhado de alguma actividade inflamatória. Este contexto provoca no tendão uma falência do processo de cura do tecido e, por esta razão, a plena recuperação de um tendão é tão desafiante.

Tendo tudo isto em conta, o termo mais correcto a utilizar é "tendinopatia" pois representa toda a patologia que ocorre no tendão e que é acompanhada, habitualmente, pela presença de dor, disfunção e intolerância ao movimento/exercício. 

Portanto, se fez uma ecografia ao ombro, há alguns anos atrás e foi descrita a presença de tendinite do supra-espinhoso e, actualmente, realizou novo exame e vem descrita a presença de tendinose do supra-espinhoso, não fique a pensar que a situação agravou. Estes termos estão, essencialmente, relacionados com a classificação existente para os problemas dos tendões e não significam, obrigatoriamente, que a sua situação esteja mais grave do que anteriormente.

Na Intrafisio, um dos tratamentos que mais utilizamos para o tratamento das tendinopatias é a Electrólise Percutânea Intratecidular - EPI. Esta técnica tem excelentes resultados neste tipo de lesões tendo ficado conhecida pela sua utilização em atletas de alta competição. Na Intrafisio, somos pioneiros na técnica em Portugal, bem como, professores oficiais da técnica pela EPI Advanced Medicine.

Fisioterapeuta Óscar Caridade
Ordem dos Fisioterapeutas 805

INTRAFISIO - Centro clínico de referência no tratamento de lesões ortopédicas e desportivas.

INTRAFISIO, LDA - NIPC 513036385
Rua de Aveiro, Lote 2A, 3000-064 Coimbra, Portugal
Número de Registo ERS: 23601 - Licença de Funcionamento: 23687

Autor: Fisioterapeuta Óscar Caridade, junho de 2020
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Otimização da regeneração após lesão muscular, mediante a aplicação da técnica EPI®
Por Fisioterapeuta Óscar Caridade 16 ago., 2021
Atualmente, sabemos que na presença de uma lesão muscular, como resposta a sinais relacionados com dano nas miofibrilas e consequente infiltração de células inflamatórias (neutrófilos e macrófagos), existe uma necrose das células musculares. Nas zonas de lesão das miofibrilas, ocorre uma desgranulação dos mastócitos, provocando a libertação de citocinas pró-inflamatórias, tais como, o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), a interleucina - 1 (IL-1), e a histamina. Estas irão provocar a infiltração de um maior número de mastócitos e neutrófilos, favorecendo o processo de inflamação. De igual forma, os neutrófilos ativados libertam substâncias como, o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), o interferão –γ (IFN-γ), a interleucina 1 beta (IL-1β), a interleucina 1 (IL-1) e a interleucina 8 (IL-8). Nesta etapa, existe uma ativação das espécies reativas de oxigénio (ROS), que contribuem para a degradação das fibras musculares e alterações vasculares (isquémia-reperfusão). Um cenário que agrava a lesão muscular podendo, igualmente, atrasar a passagem para a seguinte fase do processo de regeneração muscular. Por esta razão, perante uma lesão muscular, poderá ser benéfico para o utente, a utilização da Electrólise Percutânea Intratecidular - EPI®. A aplicação da técnica EPI®, segundo a investigação realizada por Abat, et al. (2015), promove uma diminuição significativa dos valores do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e da interleucina 1 (IL-1). De igual forma, é verificado um aumento nos valores dos recetores ativados pelo proliferador de peroxissoma - γ (PPAR-γ), dos fatores de crescimento do endotélio vascular (VEGF), e dos VEGF –R1. Os fatores de necrose tumoral alfa (TNF-α), ficam elevados logo após a lesão muscular e permanecem aumentados por muitos dias após a mesma. A EPI®, ao promover a diminuição dos valores dos TNF-α, impede alterações no processo de diferenciação celular, aumentos do catabolismo celular (inibição da resposta regenerativa das células satélite), e a degradação de proteínas. Atuando na diminuição dos valores da interleucina 1 beta (IL-1β), uma citocina pró-inflamatória que também permanece aumentada na lesão muscular durante vários dias. A EPI® consegue diminuir a necrose tecidular focal e, de igual forma, evitar a inibição da síntese de proteínas. A utilização da técnica potência um aumento nos valores dos recetores ativados pelo proliferador de peroxissoma - γ (PPAR-γ), o que promove uma diminuição na expressão de genes pró-inflamatórios e um aumento nos índices de regeneração muscular. São, igualmente, verificados aumentos significativos nos fatores de crescimento do endotélio vascular (VEGF), e dos VEGF –R1, que promovem um efeito angiogênico (manutenção da micro-circulação), e estimulam a diferenciação miogénica das células satélite musculares, contribuindo para a regeneração muscular. A técnica possibilita, assim, controlar alguns fatores inflamatórios, que apesar de serem importantíssimos na fase inicial para o processo de regeneração muscular (ex: promoção de um microambiente favorável à proliferação das células satélite), poderão, quando em valores demasiado elevados, agravar o dano muscular e atrasar o processo de regeneração, como por exemplo, a inibição da transição de macrófagos M1 para macrófagos M2 (componente essencial para a regeneração muscular in vivo). Já conheces a nossa formação em Electrólise Percutânea Intratecidular - EPI®? Para mais informação sobre o curso CLICA AQUI Autor: Fisioterapeuta Óscar Caridade Professor Oficial da Técnica EPI® pela EPI Advanced Medicine Fisioterapeuta Óscar Caridade Ordem dos Fisioterapeutas 805 INTRAFISIO - Centro clínico de referência no tratamento de lesões ortopédicas e desportivas. INTRAFISIO, LDA - NIPC 513036385 Rua de Aveiro, Lote 2A, 3000-064 Coimbra, Portugal Número de Registo ERS: 23601 - Licença de Funcionamento: 23687 Fontes: Abat F, Valles SL, Gelber PE, Polidori F, Jorda A, García-Herreros S, Monllau JC, Sanchez-Ibáñez JM. An experimental study of muscular injury repair in a mouse model of notexin-induced lesion with EPI® technique. BMC Sports Sci Med Rehabil. 2015 Apr Chellini F, Tani A, Zecchi-Orlandini S, Sassoli C. Influence of Platelet-Rich and Platelet-Poor Plasma on Endogenous Mechanisms of Skeletal Muscle Repair/Regeneration. Int J Mol Sci. 2019 Feb Yang W, Hu P. Skeletal muscle Regeneration is modulated by inflammation. J Orthop Translat. 2018 Feb Le Moal E, Pialoux V, Juban G, Groussard C, Zouhal H, Chazaud B, Mounier R. Redox Control of Skeletal Muscle Regeneration. Antioxid Redox Signal. 2017 Aug
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